Nº38/39

Mais um dia normal. Abri o Twitter e tinha alguém cometendo algum crime de ódio. Olhei na minha janela tinha alguém dormindo na rua. Era uma criança. Sinto vontade de raspar minha cabeça. Visto as botas que machucam meu pé pra ir trabalhar um dia inteiro andando pra lá e pra cá. As pessoas me abraçam e me agradecem. Dizem que trabalhar comigo é ótimo. Eu penso que a régua delas está baixa. Eu só estou cansada. Mais um dia normal.

Chego em casa e penso na minha colega de trabalho: eu simpatizava com ela, apesar que tudo que ela falava parecia ter sido ensaiado. Ou parecia sair de uma página de humor da internet. Eu sentia que ela não conseguia pensar em nenhuma piada sozinha e eu achava isso triste. Ela falava rápido demais como se estivesse ansiosa pra fazer o comentário mais engraçado e ganhar atenção de todos os homens na roda primeiro. Assim como eu, tinha certeza que ela chorava quando chegava em casa, mas por motivos diferentes.